Estamos lançando este Blog – Formação de Professores – em homenagem a todos os professores da educação pública em nosso país, em especial aos professores da rede municipal de ensino de Campinas, parceiros e solidários na luta em defesa da escola e educação públicas no município.
Nos últimos anos, têm resistido a pressão dos diferentes setores e segmentos representativos dos movimentos do empresariado local e nacional que buscam impor à educação pública e suas escolas, novas formas educativas e pedagógicas marcadas pela lógica empresarial. Vêm construindo novas e avançadas formas de participação da comunidade escolar, dos pais e comunidades, no processo pedagógico, mediante a avaliação institucional participativa, de caráter emancipatório que busca romper a lógica das avaliações externas em vigor.
Todos sabemos que a atuação da sociedade civil organizada e sua participação na gestão pública democrática, postulada historicamente e materializada na LDB, não se confunde absolutamente com a organização de segmentos empresariais que se articulam para passar à Secretaria de Municipal de Educação as suas idéias, na tentativa de interferir nas concepções educativas.
No dia do professor há pouco ainda a ser comemorado no âmbito das políticas públicas de estado – não de governos – para a formação de professores. Especial destaque deve ser dado a resistência valorosa dos profissionais que cotidianamente enfrentam os desafios das politicas de avaliação, por um lado, e do empresariado – os reformadores educacionais – sobre as escolas com claros objetivos de interferência no trabalho docente.
A questão central no campo da formação de professores é a desvalorização da profissão, que se manifesta de diferentes maneiras. O não cumprimento da Lei do piso salarial profissional nacional quanto à jornada e a dedicação do tempo para estudos, planejamento e avaliação, a ausência de politicas que permitam a concentração dos professores em uma escola e a falta de apoio ao trabalho docente e de condições adequadas de trabalho na escola pública, constituem-se hoje verdadeiros entraves ao processo de formação integral das novas gerações.
As condições de vida da população , marcadas pela desigualdade econômica e social, produzem necessidades formativas de estudantes e professores que exigem novas formas de organização social, da escola e do trabalho docente, sob direção dos profissionais da educação.
A ANFOPE – Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação – tem defendido historicamente a necessidade de uma politica nacional global de valorização e formação de profissionais da educação. Esta é uma dívida do estado brasileiro para com a educação básica e os cursos de licenciatura. Somente com o oferecimento de cursos de formação presenciais, em instituições de pesquisa e investigação em universidades públicas, formação continuada como direito dos professores e dever do estado, condições de trabalho, salário e carreira adequadas, poderemos enfrentar os desafios com os quais nos debatemos atualmente no âmbito da formação.
No entanto, as metas e estratégias do PNE, em debate no Senado, não apontam para o crescimento significativo do ensino superior público, além de deixar aberta a possibilidade de recursos públicos para a iniciativa privada, o que tem merecido forte crítica de todos os segmentos educacionais comprometidos com a educação pública, gratuita, laica e de qualidade socialmente referenciada nas necessidades formativas da infância, da juventude e dos adultos em nosso país.
Aos educadores que, em diferentes fóruns nacionais, estaduais e municipais, nos diferentes níveis e modalidades educativos, batalham cotidiana e incansavelmente pela educação pública, nossa homenagem e reconhecimento no processo de resistência e luta.
Parabéns pela iniciativa. Abraços
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Boa sorte, conte comigo e parabéns pela iniciativa!
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Boa iniciativa. Bem vinda à blogosfera. Abraços.
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Ótima ideia!
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Muito Bom!!! Adorei!
Kelly
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Querida Profa. Helena, feliz com esta iniciativa que contribui para nos manter esperançosos com a reflexão crítica!!!!! Um abraço fraterno,
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Parabéns pela iniciativa e sucesso.
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O blog da Helena em defesa da valorização do trabalho dos professores vem em momento oportuno e com a marca de sua luta de longa data em defesa da escola pública e formação de docentes. Muitos dos que atuam nas escolas públicas da região passaram pela UNICAMP e foram alunos da Helena na Pedagogia e sempre que se encontra um desses ex-alunos a professora é lembrada como uma força da Resistência a políticas públicas que precariza o trabalho docente. Não importa onde esteja a Helena, nunca se calou quando vê ameaçada a intelectualidade dos profissionais da educação.
Educação não é coisa para amadores. Os empresários ao se imiscuir no chão da escola, nas políticas educacionais tratam esta área do conhecimento com métodos adequados para produção de produtos vendidos em prateleiras. Educação forma pessoas política, profissional e culturalmente para participar da sociedade. Portanto, empresários são amadores nesta área de conhecimento, porém competentes em seus objetivos. As consequências são desastrosas, mas jogam sobre os docentes o caos que provocam. Pregam a formação aligeirada para que docentes se tornem tarefeiros de políticas elaboradas com outros objetivos, que não a formação do ser social que possa transformar a sociedade para que esta seja mais justa. Este é um blog da Resistência nesta longa e árdua luta pela escola pública com a marca da qualidade social da educação.
Parabéns Helena!
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Excelente iniciativa! Um canal para dialogarmos a respeito não somente das mazelas da profissão docente, mas também das esperanças e utopias que têm nos movido pelos caminhos tortuosos das políticas de educação no Brasil! Parabéns Profa. Helena! Com meu abraço, Geovana Melo
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Muito rica essa bandeira de luta da Prof Helena. Abs. Naíola Miranda
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Muito boa iniciativa, parabéns!!
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Professora Helena, parabéns por mais uma iniciativa que irá com certeza qualificar o debate sobre o que significa ser professor num contexto social e político propício a MUDANÇAS ! Obrigada por tudo !!
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Professora helena, aqui na Paraíba, mas especificamente, em João Pessoa e Campina Grande reunimos 9 sindicatos de trabalhadores em Educação e lançamos uma campanha pela Valorização dos Trabalhadores em Educação com campanha publicitária e nota retirada com pauta única a partir de três eixos (10% do PIB para Educação Publica Já; Pelo Cumprimento da Lei do Piso salarial do magistério sem reajuste no cálculo e Contra dos processos de precarização das condições de trabalho). Penso que sua iniciativa será bem vinda com as entidades participantes (ADUFPB; ADUFCG; APLP-PB; ADUEPB; SINTEF-PB; SINTEP-PB; SINTESPB; SINTRAMB; SINFESA) são sindicatos de professores e servidores públicos federal, estadual e municipais, que desde já nos colocamos a disposição para divulgar nossas atividades no blog, como também divulgar entre as entidades o blog e sua campanha.
Sem perder a capacidade de se indignar,
Fernando Cunha
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Parabéns pela iniciativa e certamente aprenderemos muito com o que este blog oferecerá!
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Sucesso! Vamos à luta!
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Helena, parabéns por abrir mais um caminho para a importante discussão acerca da profissão docente. Você nos dá um exemplo de persistência, resistência e esperança.
Abraço
Marcia Sigrist
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EXCELENTE TEXTO,
ROBERTO HELOANI
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A valorização do trabalho docente é uma discussão que vem perpetuando nos debates sobre a educação e sobre a qualidade de ensino do país. Tendo em vista que Educação e Trabalho são elementos fundamentais da condição humana, que promovem a socialização e conduzem nossas experiências de vida, é importante alinhar esses dois elementos dentro de uma concepção de uma educação transformadora.
Pensar a educação sob a lógica empresarial, dentro dos modelos de produção, padronizados e articulados com o desenvolvimento do capital, retira do professor a capacidade de ser sujeito de seu próprio trabalho e impõe a ele uma responsabilidade sobre os resultados que se esperam de sua “produção”.
De acordo com Dalila Andrade Oliveira, “as mudanças trazidas pela legislação das duas últimas décadas sobre a organização escolar repercutiram diretamente sobre a organização do trabalho escolar, pois passaram a exigir mais tempo de trabalho do professor (…) para responder a novas demandas que ampliaram sua jornada de trabalho”, sem aumentar esse tempo objetivamente em sua jornada de trabalho.
A educação passou por diversos modelos que determinavam a organização escolar, os saberes produzidos na escola, as habilidades a serem desenvolvidas pelos alunos e a organização do trabalho docente, sendo concebida como uma ponte entre o indivíduo e o mercado de trabalho, tronando o professor um mero operador de ferramentas, cujo objetivo era fornecer capital humano.
A tomada de consciência de que o trabalho docente não deve servir a interesses de uma determinada classe dominante, somada às precárias condições de trabalho, como baixos salários, salas de aulas cheias, péssimas condições físicas das instituições, carga horária de trabalho excessiva, entre outras, vem unindo os professores em um movimento social para exigir condições dignas de trabalho do Estado.
Dalila Andrade Oliveira, afirma ainda que os trabalhadores buscam sentido nas atividades que realizam, portanto, “o trabalho docente pode ser visto como repleto de sentido porque seu objeto é, antes de tudo, relação humana. E como toda atividade de trabalho deveria promover satisfação a quem o realiza, quando isso não ocorre, temos docentes insatisfeitos com o seu trabalho”.
O movimento docente tem um caráter mais amplo, assim como seu trabalho ultrapassa os limites da escola, sua luta também vai além de seus interesses enquanto classe trabalhadora, os professores reivindicam uma educação de qualidade para todos, o fim das desigualdades sociais e do preconceito, buscando uma sociedade mais justa e democrática.
Aline Corrêa
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